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Zé Côco do Riachão





Zé Coco nasceu na localidade de Riachão, no Vale do São Francisco. Ouvia seu pai tocar desde que nasceu e aos 8 anos, já tocava viola caipira (de 10 cordas) que ele mesmo ia aprendendo a fazer. Foi marceneiro, carpinteiro, ferreiro, sapateiro, fazedor de cancelas, de engenho, de carro de boi, curral de tira, roda de rolar mandioca, mas o que o tornou conhecido, inclusive internacionalmente, foi a excelência dos instrumentos que fabricava e tocava: viola, violão, cavaquinho e rebeca. Aos vinte anos, assumiu a pequena fábrica de instrumentos de seu pai.

Iniciou a vida artística acompanhando seus pais nas folias-de-reis. A carreira em discos começou em1980 através do violeiro, compositor e produtor cultural Teo Azevedo, que lhe deu o apelido de Riachão.


Seu cd "Brasil puro" foi considerado, pela crítica, um verdadeiro achado como expressão da nossa cultura popular. José Ramos Tinhorão considerou o trabalho como o melhor do ano na categoria autenticidade. O conhecido crítico dedicou-lhe calorosa crítica no Jornal do Brasil, na qual dizia: "Artista do povo da maior importância Zé Côco tem uma técnica de execução à viola tão desenvolvida que lhe permite tocar certas peças fazendo solo e acompanhamento ao mesmo tempo, e seus talentos são tantos que em uma das faixas do disco - a intitulada "Guaiano em oitava"- ele aparece não apenas na viola solo e fazendo a viola base, mas ainda tocando rabeca, caixa de folia e pandeiro". Daquele disco destacou-se a música "No terreiro da fazenda".


Seu segundo disco também chamou a atenção dos violeiros e dos críticos para seu estilo próprio, de solar e acompanhar ao mesmo tempo.


Em 1986, o violeiro participou do vídeo "Viola caipira", produzido pela UnB - Universidade Nacional de Brasília, ao lado dos violeiros Paulo Freire e Roberto Corrêa. Calangos, valseados, dobrados deram o tom do repertório do artista que foi, segundo a crítica, um dos maiores representantes da tradição da viola. Autodidata, deixou discípulos espalhados em várias partes do país, especialmente em Minas Gerais, São Paulo e Goiás, onde a viola faz escola.


Zé Côco afirmava que a única ajuda que recebeu foi através de uma "simpatia" tradicional entre os violeiros do Vale do São Francisco: pegar uma cobra e passar entre os dedos. O resultado é a facilidade que o violeiro terá em tocar seu instrumento. O músico tocou em mais de 50 folias-de-reis, sua paixão, onde aprendeu a ouvir os sons que se escondem em cada pedaço de folha, em cada centímetro do chão de Minas Gerais, como ele afirmava.


Na Alemanha, a partir de um filme com Téo Azevedo sobre cantigas de vaqueiro produzido por Dr. Ralf do 1º Canal de Baden, foi afirmado que Zé Coco do Riachão seria o "Beethoven do sertão".

Em 2003, "Amanhecendo no sertão" e "Folia de Reis do Alto do Baeta", de sua autoria, faixas de seu 1º CD foi incluída no CD Violeiros do Brasil. O CD foi um projeto da gravadora Revivendo que reuniu importantes artistas da viola caipira de diversas regiões do Brasil, entre os quais, Almir Sater, Adelmo Arcoverde,Zé Gomes, Renato Correa, , Paulo Freire, Ivan Vilela, Pereira da Viola, Josias Dos Santos, Angelino de Oliveira, Renato Andrade, Tavinho Moura, Heitor Villa-lobos e Zé Mulato e Cassiano.


Viola caipira: também conhecida como viola sertaneja, viola cabocla ou viola de 10, é um instrumento musical de cordas dedilhadas e uma das variantes regionais da viola brasileira. É popular principalmente no interior do Brasil, sendo um dos símbolos da música popular brasileira e principalmente da música sertaneja raiz.

 
 
 

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